sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ficadica: The Wombats (2007) Proudly Present... A Guide To Love, Loss and Desperation

Em 2007 o The Wombats, trio pop de Liverpool, lançou Proudly Present... A Guide To Love, Loss and Desperation, disco descomunalmente excitante.

O repertório é pop, mas é cantado com vocal de bandas de rock de garagem. Todo o disco narra relacionamentos que em sua maioria não deram certo e tem uma veia depressiva nas letras, é verdade, mas acho que nem o Arctic Monkeys chegou a esse nível de equilíbrio entre pop, rock e depressão. "
Let's Dance To Joy Division" é uma composição genial que diz: "Vamos dançar Joy Division e celebrar a ironia".

Na média de notas do Metacritic, o disco está classificado com 65 de 100. Dos reviews recolhidos para a média, nenhuma está abaixo de 50. Já está entre minhas bandas favoritas.


Resenha: Gomez (2009) A New Tide

Se você entra em um portal de música e ele te apresenta uma banda nova, logo você vai querer saber do que se trata antes de se dar ao trabalho de ouvir. Hoje em dia muito se fala em música indie, que parece um vírus. Afetou a música, afetou a moda, e virou para alguns, até estilo de vida. Não tenho nada contra essa expressão, acho até que serve (nos dias de hoje) para classificar algo atual, de frescor ou até mesmo inventivo. No caso do Gomez, banda britânica que nasceu nos anos 90, hoje recebe esse título de forma injusta, mas que não pode fugir dessa escravidão dos rótulos. Taxada como indie rock (em 1997 esse termo ainda não existia), o Gomez faz uma mistura de ritmos, coisa que eu já repreendi em algumas resenhas, mas no caso da banda de Ian Ball o buraco é mais embaixo.

Não é facil produzir um disco eclético, e pra perpetuar tal feito o Gomez chamou o americano Brian Deck, que já produziu Iron & Wine e o lindo Not Animal do Margot and The Nuclear So and So's. Deck ajudou a banda na difícil tarefa de agradar aos fãs com um novo trabalho e ainda por cima conseguiu bolar um disco absolutamente maduro que contém de folk a eletrônico, uma façanha que jorra beleza a cada faixa.

A New Tide agradou a crítica que tanto elogia a que possivelmente é o ponto alto do disco, "Airstream Driver", mas o que chamou minha atenção foi a incrível dobradinha de "Win Park Slope" para "Bone Tired". Os riffs de "Mix" que abre o projeto, ou quando o folk come solto logo na segunda faixa "Little Pieces" contribuem para o disco mais inventivo da banda desde, segundo os fãs, In Our Gun de 2002.

Se o sucesso do disco deve-se a Brian Deck ou não, o que importa é que A New Tide é um ótimo trabalho.
Já que é pra ser rotulado, Gomez mostra como ser indie com sabedoria.



» Avaliação: 8.0

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ficadica: Pale Sunday (2010) Shooting Star


O novo trabalho do Pale Sunday (banda de Jardinópolis - SP) é o EP Shooting Star, lançado depois de 5 anos de jujum desde Summertime e mais uma vez pelo selo americano Matinné Records. As melodias são lindas e quando Luis Gustavo de Paula (o vocalista também desenha as incríveis capas) lhes dá letras, soam melancólicas e frágeis, ossos do ofício, o "disquinho" é sólido como uma rocha e "Before I Found You" é um bom exemplo. A banda tenta enrolar os fãs com apenas 4 faixas, entretanto o que importa é que eles continuam em plena forma. Vale muito a pena conferir.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Resenha: Os Olhos Sem Rosto (1960) Georges Franju

Na primeira cena de Os Olhos Sem Rostos (Les Yeux Sans Visage, 1960), quando a câmera ilumina impressionantemente árvores aparentemente sem vida numa estrada isolada na noite, vemos que o filme entregará uma estética impecável. Rejeitado pela crítica na época de seu lançamento, ele ganhou espaço e prestígio com o passar dos anos, sendo hoje uma obra-prima absoluta do horror. O filme francês deve seu requinte ao fotógrafo alemão Eugen Schüfftans, que mergulha o filme num branco lindo de morrer impermeabilizado pelo preto junto aos cenários (principalmente a mansão do Dr. Génessier em seu interior) imponentes e sofisticados.

O roteiro fantástico narra a apavorante história de um cirurgião que se torna um assassino frio em série com ajuda de sua assistente. Com o desenrolar dos fatos, descobrimos que tudo isso teve início num acidente de carro que desfigurou o rosto de Christine, sua filha. Ele dirigia o carro e agora vive atormentado pela culpa desenvolvendo então, uma técnica de transplante de rosto, buscando desesperadamente reconstituir a beleza de Christine. Ele obteve êxito em sua assistente Louise, mas o rosto de Christine rejeita os enxertos, levando o médico a matar e mutilar belas jovens, fazendo com que as coisas saiam do controle. Para não levantar suspeitas, ele forja a morte da filha.

Georges Franju dá uma aula de terror, pois não se apóia em nenhum elemento típico do gênero. O rosto desfigurado de Christine só aparece uma vez, assim mesmo desfocado. Franju, muito sofisticado, se utiliza de artifícios invisíveis para criar sua atmosfera macabra. A máscara branca que esconde o rosto da menina, os latidos dos cachorros que são mantidos prisioneiros e outrora foram cobaias do cirurgião latindo incessantemente no porão também contribuem para momentos de gelar a espinha.

A glória do filme deu-se em 2004, quando a Criterion o lançou num DVD irreprochável, com imagens e o áudio restaurados de forma tão límpida que logo sonho com uma edição blu-ray pelo selo americano.

O golpe de mestre se dá quando os fatos deságuam inevitavelmente numa trama policial e o diretor dá corda para o noir se enforcar. Uma saída genial que, após assistir a uma obra assim, de final metafórico e duro de engolir, qualquer um morre feliz. Eu babei em cada quadro.


» Avaliação: 9.0

sábado, 17 de abril de 2010

Resenha: Apanhador Só (2010) Apanhador Só


A sensação que tive ao escutar o primeiro disco (precedido por EP's) do Apanhador Só foi de pura satisfação, algo raro em um disco de rock nacional. O álbum auto intitulado é delicioso aos ouvidos e empolgante com produção de Marcelo Fruet ("Como Num Filme Sem Um Fim", Pública, outro bom disco). Apanhador Só é primo distante de Los Hermanos (sempre uma referência honrosa) ou até mesmo Pública, mas isso é só pra se ter uma base do que estou falando já que a banda gaúcha segue um caminho próprio, buscando beleza harmônica e ela sempre chega.

Começa com "
Um Rei e o Zé" sendo apresentada pela bateria de Rodrigo Pacote. Música simples que flerta descaradamente (muito bem vindo esse flerte) com o samba. "Pouco Importa" é canção curtinha de 8 versos. Na verdade, uma das canções de rock que mais me arrebataram esse ano.

Destaco ainda "
Porta-Retrato", "Balão-de-Vira-Mundo", "Bem Me Leve". Aliás, o disco inteiro. Alexandre Kumpinski, parabéns.

Disco disponível de graça no site oficial da banda.
» Avaliação: 9.0

sexta-feira, 16 de abril de 2010

10 Discos Que Baixei Pela Capa (Parte 2)

Dessa vez o resultado não foi tão proveitoso, não descobri nenhum disco perfeito, mas o saldo final foi bastante positivo.

01 Copter (2008) Can't Help It

Começando com a faixa título curtinha, o Copter fez um disco descontraído que leva a musicalidade a sério. Destaque para Jimmy's Corner. No estilo do Arctic Monkeys.

» Avaliação: 7.0


02 Giraffes? Giraffes! (2007) More Skin With Milk-Mouth

Funciona por ser um EP de apenas 5 músicas. Gostei muito de... peraí, é complicado: I am sh(im)e[r] as you am sh(im)e[r] as you are me and we am I and I are all our together Our collective consciousness' psychogenic fugue. As canções têm melodias simples, não se deixe enganar, mas mergulhadas num math rock bem feito que as deixam aparentemente complexas.

» Avaliação: 7.5

03 As Tall As Lions (2009) You Can't Take It With You

Esse também valeu a pena. Rock alternativo que produz diferentes sensações aos ouvidos.

» Avaliação: 8.5




04 Sequence Pulse (2007) Play Both Ends Against The Middle

Japoneses conseguem harmonia perfeita entre banda de rock experimental pra fisgar o ouvinte na primeira faixa de um disco praticamente instrumental.

» Avaliação: 8.0



05 Superchunk (2009) Leaves In The Gutter

É outro EP de rock. 5 faixas (a última é uma versão acústica da primeira) que derrapam em alguns cantos no vocal desafinado de Mac McCaughan, mas Screw It Up é contagiante.

» Avaliação: 5.0



Álbuns disponíveis no audiogramas.
» Média de avaliações: 7.2

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Resenha: Roberta Sá (2009) Pra Se Ter Alegria (Ao Vivo no Rio)

Não há muito o que falar do disco ao vivo de Roberta Sá lançado em 2009, Pra Se Ter Alegria, gravado no Rio de Janeiro. Tem as melhores músicas dos três Cd's da moça "Sambas e Bossas" (eu o considero parte de sua discografia), "Braseiro" e "Que Belo Estranho Dia Pra Se Ter Alegria" e um lindo samba inédito "Agora Sim" (assinado por ela, Pedro Luis e Carlos Rennó). Vocal irretocável de uma cantora que arrebata corações por onde passa, tanto que seu Braseiro de 2005, quando não é incluído em listas de melhores daquele ano, é apontado como o melhor. Para o DVD, participações nos extras: dois duetos, com Ney Matogrosso em "Peito Vazio" e com Chico Boarque de Holanda em "Mambembe". Apesar de não trazer nada de novo às músicas que foram regravada nesse projeto, Roberta esbanja talento, simpatia e técnica vocal. Vale a pena ouvir os gritos da galera toda vez que ela (en)canta.

» Avaliação: 9.0

terça-feira, 13 de abril de 2010

Resenha: Thiago Pethit (2010) Berlim, Texas

Sinceramente, se alguém muito envolvido em música chegar a mim e disser que não gostou do disco de Thiago Pethit, sou capaz de lhe dar um soco.

Produzido por Yury Kalil, Berlim, Texas foi justamente bem recebido pela crítica e seu cantor comparado com bom gosto a Tiê que também lançou um disco brilhante, Sweet Jardim no ano passado. Muito também foi dito sobre a influência de tangos e cabarés de seu primeiro trabalho que está fotografado/impresso/cravado/explícito em "Voix de Ville", mas isso foi divulgado em seu site oficial e não teria sido lembrado à reveria.

A primeira canção "Não Se Vá" me lembrou muito a musicalidade de Fun. na segunda metade, com acordes viciantes em piano, arrematados com um tristonho arranjo de cordas. Acho que é minha preferida. O disco abosultamente independente (Thiago tirou o escorpião do bolso e bancou tudo) executa 11 faixas que exalam melancolia em três idiomas: português, inglês e francês. Há ainda um dueto com Hélio Flanders do Vanguart em "Forasteiro".

Por fim, Berlim, Texas afirma Thiago Pethit como um compositor de alto nível que começou em 2008 com o bom EP Em Outro Lugar, uma carreira que se acabasse hoje, agora, seria inesquecível por muitos anos.

» Avaliação: 8.5

domingo, 11 de abril de 2010

Resenha: Nick & Norah: Uma Noite de Amor e Música (2008) Peter Sollett

Mais do que outro bom exemplo para o cinema adolescente, Nick & Norah's Infinite Playlist só não é muito maior por conta de um único personagem que ganha mais atenção do que merece, fazendo o filme cair em clichês irritantes do gênero.

Nick & Norah também é declaração de amor aberta à cidade de Nova York que explode na tela cheia de luzes de todas as cores e tamanhos e planos panorâmicos, embebidos de uma trilha sonora arrebatadora. O que dizer do tema interpretado por The Real Tuesday Weld "
Last Words", ou de "Xavia" do The Submarines? Canções perfeitas, que são a base do filme que se passa todo numa única noite. Enquantos os personagens procuram desesperadamente por Where's Fluffy (nome sugestivo), banda-mistério que é o pivô de tudo, somos convidados a assistir dois jovens se apaixonarem de maneira poética. Claro que não chega perto do que Richard Linklater fez em Antes do Amanhecer, mas é um brado de alegria num universo tão estereotipado e meticulosamente fabricado que tem feito a cabeça dos nossos adolescentes.

Peter Sollett é displicente no amadurecimento da trama, mas tudo é conduzido com tamanha descontração que o filme acaba transbordando estofo. Michael Cera distraído, Kat Dennings no ponto e Ari Graynor zoada (sua personagem foi injustamente criticada) formam um trio irresistível somados a outro, os amigos gays de Nick, são a fórmula do sucesso do filme de Sollett.

Seu ponto crítico, como dito no início, é Alexis Dziena que, coitada, interpreta a ex insuportável de Nick. Não satisfeita de quase sabotar o filme com seus estereótipos falidos ela consegue mais atenção do que deveria (acho que uma coisa tem a ver com a outra).

Tenho o DVD e assisti ao filme mais do que deveria. Sou um admirador do universo indie e defensor público dos adolescentes fracos e oprimidos pelos que só sabem incinerá-los.


» Avaliações:
Filme: 7.5
Trilha Sonora: 8.5

Resenha: Not Fade Away: The Complete Buddy Holly (2009) + Nirvana - Bleach: Deluxe Edition (2009)

Se antes só podíamos agradecer a Buddy Holly por sua humilde "contribuição" no surgimento do nosso Rock 'N Roll de cada dia, a partir do ano passado esse erro foi corrigido com o lançamento de Not Fade Away: The Complete Buddy Holly pelo selo Hip-O-Select. Uma compilação extraordinária com todos registros em estúdio de Buddy durante seus breves 3 anos na música. O song-book coleciona mais de 150 faixas incluindo registros raros e fragmentos de segundos. Enfim, está tudo aqui, agora além de agradecer podemos usufruir do supra sumo da carreira daquele que ao lado Elvis Presley, fincou com coragem numa américa preconceituosa dos anos 50 (eles de novo) o que hoje chamamos (e amamos) de rock. Essencial.

» Avaliação: 10.0

Nos anos 80, para criar mais uma vertente no rock, sugiu o Nirvana com uma veracidade absurda. Seu primeiro disco Bleach, clássico do universo grunge que foi lançado em 1989 completou 20 anos em 2009 com o relançamento em Deluxe Edition. No segundo disco tem o registro ao vivo do 9 de fevereiro de 90 em Portland, Oregon onde o instrumento é estraçalhado no fechamento da gravação. Belo trabalho de remasterização de uma banda que trouxe novos ares ao rock e ainda revelou Kurt, nosso problemático vocalista filho da geração perdida da metade da década sessentista e ícone que, como muito bem descreveu Ira Robbins sobre Nevermind de 1991 "testou a tolarância da música alternativa." Teve suas entrevistas dadas à Rolling Stone lançadas em uma compilação em 1997 que inclui ainda resenhas dos álbuns. Com 12 anos de atraso (novidade!) chegou ao Brasil também no ano passado denominada: Cobain Pelos Editores da Rolling Stone. Capa linda.


» Avaliação: 8.0

sábado, 10 de abril de 2010

O Monstro da Lagoa Negra (1954) Jack Arnold


Muitos são os motivos que tornam The Creature From The Black Lagoon um dos melhores (se não o melhor) filmes de ficção científica da década de 50. Dos estúdios da Universal veio essa pequena obra-prima, um dos últimos suspiros do estúdio produzido com baixíssimo orçamento, sem sombra de dúvida muito criativo e rigoroso ao cumprir seu papel no gênero de horror.

Na Amazônia, um grupo de pesquisadores encontram por acaso uma criatura anfíbia aterrorizante que assim como a do clásssico King Kong dos anos 30, se apaixona pela mocinha. No filme de Arnold esse sentimento não tem tratamento especial, é apenas sugerido, dando à trama um tom ainda mais interessante. A fotografia sub-aquática é soberba e os takes são longos e tensos, que na verdade é um dos segredos, o uso de uma trilha genial (sei não, mas acho que o tema de Tubarão começou aqui) em sequências sob águas escuras em belo preto-e-branco à caça de um monstro que aparece em cena sem escrupulos.

William E. Snyder com sua câmera alterada fotografou sequências inesquecíveis como a briga entre o monstro e Mark no fundo do lago negro. Com tantas qualidades seus defeitos podem facilmente ser ingnorados e um deles seria o excesso de clichês, o que num filme B dos anos 50 tem até um certo charme.

Enquanto A Noiva do Monstro de Ed Wood é possivelmente o pior, o de Jack Arnold é possivelmente o melhor.


» Avaliação: 8.5

sexta-feira, 9 de abril de 2010

10 Discos Que Baixei Pela Capa (Parte 1)

Tenho o péssimo hábito de julgar livros e discos pela capa. Eu conheço o ditado, mas como designer não consigo me controlar. Dia desses tava dando um rolê no audiogramas e me apaixonei por algumas capas, então baixei pra ver no que dava. Aí vai os discos que baixei, ouvi com muita atenção e veja o que deu:

01 Letuce (2009) Plano de Fuga Para Cima dos Outros e de Mim

"Letuce é duo entre namorados cariocas. Letícia e Lucas em primeiro disco, bom e interessante. Samba intimista. Ballet de Centopéia é a melhor."

» Avaliação: 7.0

02 Sharks Keep Moving (1999) Sharks Keep Moving

"Banda indie rock de Seattle. Faixas instrumentais bem elaboradas, tanto que uma delas é a melhor, Second Instrumental. Tirando a introdução um pouco demorada, não há muito o que reclamar."

» Avaliação: 7.5

03 Texas Pandaa (2007) Days

"Nos comentários do post no audiogramas há comparações ao The Cardigans. Lembra longe, bem longe. Disco melodicamente perfeito. Sway e And What Flows são lindas."

»
Avaliação:
8.5


04
Imelda May (2008) Love Tattoo

"O disco da irlandesa Imelda May é daqueles que te derrubam no primeiro verso cantado. Uma qualidade absurda de jazz e rockabilly, este último impresso de forma magistral em Wild About My Loving."

» Avaliação: 10.0

05 Marvins Revolt (2009) Patrolling The Heights

"Discaço!"

» Avaliação: 8.5






Álbuns disponíveis no audiogramas.

» Média de avaliações: 8.3

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Resenha: Number One Gun (2010) To The Secrets & Knowledge

Mais um disco de rock cristão está à disposição dos caçadores de recompensas, e quem encontrar To The Secrets & Knowledge do Number One Gun vai estar, por um bom tempo, munido de boa música caso mais nada de bom apareça em 2010. O quarto disco da banda californiana de indie rock aposta em experimentalismos que não são mais experimentais no rock, mas na carreira da banda, e concebem um disco sólido e maduro.

A melhor música abre o álbum, "The Victory" que abusa dos vocais fantasmas que ecoam numa melodia linda que também conta com arranjos eletrônicos de primeira. "Noises" queria muito ser à capela, e passa essa sensação de ausência de instrumentos. Ótima. O álgum ainda passa pela acústica em "The People" e fecha com "Don't Stop Believing", que me lebrou um hit dos anos 80 do qual eu não recordo o nome. Elegante.

Toby Mac foi um dos primeiros a lançar algo em 2010 e me fez pensar que o ano seria desastroso, mas ouvindo To The Secrets and Knowledge, deposito confiança na música cristã internacional e que no fim da década ele seja lembrado como um dos melhores.


» Avaliação: 8.5

Ficadica: Volantes (2009) Sobre Gostar e Esperar (EP)

Do sul do país saiu Volantes, banda de indie rock eletrônico que lançou em 2009 o primeiro trabalho, um EP com 7 faixas que não trás muita novidade, é verdade, mas respira sinceridade e transpira qualidade. Beira a perfeição.


Download gratuito e legal na Trama Virtual.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Resenha: Capítulo 27 (2007) J. P. Schaefer + John Lennon e Yoko Ono (1980) Double Fantasy

O filme independente de J. P. Schaefer narra as horas decisivas da vida do assassino de John Lennon.
Muito se falou sobre o filme, muito se falou da (impressionante) performance de Jared Leto com 30kg a mais, mas pouco se falou dos detalhes que definem Capítulo 27 como um grande filme. Um fato já basta:

Em frente ao edifício Dakota perto do Central Park, Mark conversa com sua nova amiga Jude e acaba de conhecer Paul, o fotógrafo (aquele lá). Entre conversas esquisitas (de Mark, claro) alguém diz que foi naquele mesmo edifício que havia sido rodado
O Bebê de Rosemary. Jude diz que não gostou do filme. "Por quê" pergunta Paul "...é Polanski". "É muito parado, só fica bom no final", responde Jude. Mark faz uma ligação entre essas coincidências e a música Helter Skelter. O papo acaba com a paranóia.

Capítulo 27 foi acusado de prolixidade e falta de fluidez. Conta a história de Mark David Chapman, um homen que resolveu matar Lennon porque achava que o livro "O Apanhador no Campo de Centeio" lhe revelou isto. Sua vida era uma merda e ele era esquisito. Temos um filme frio, distante do espectador, esquisito e que só fica bom no final. Não é justo?

» Avaliação: 7.0

Mark comprou Double Fantasy com a indicação de Jude. Dito disco que Lennon autografou antes de morrer e que ficou debaixo dos braços de Mark durante toda sua "estadia" em frente ao Dakota à espera do ídolo. Acho que ele nem ouviu o disco antes do assassinato.


John Lennon e Yoko Ono (1980) Double Fantasy

Gênios são incompreendidos (pobres coitados). John Lennon, a suposta genialidade por trás dos Beatles não fugiu à regra mesmo sendo "transparente". Seu último disco solo Double Fantasy, lançado no fim de 1980, gravado à beira da breguice psocodélica dos anos 80, foi salvo pelo gongo. Um disco de pop/rock (aquele bom e velho "roquenróu") cheio de samplers e músicas interessantes.

Na época, a participação de Yoko foi criticada, mas remo contra a maré e digo que o melhor do disco está no que ela faz, sendo assim, destaco "
Yes, I'm Your Angel" e "Kiss Kiss Kiss" que supostamente canta uma relação sexual que só chegará ao orgasmo com beijos. Amo também "Woman", "Beautiful Boys" no timbre estranho e desafinado de Yoko, e "(Just Like) Starting Over" que faz a frente da playlist, na voz de Lennon.

Double Fantasy foi feito a dois, relacionado ao amor, à família, e triste, inegavelmente triste apesar da produção extrovertida. Lindo.

» Avaliação: 8.5

sábado, 3 de abril de 2010

(mini) Resenha: Alice no País das Maravilhas (1903) Cecil Hepworth e Percy Snow


A primeira adaptação do conto que Lewis Carroll escreveu em 1864 para o cinema, foi feita na Inglaterra, por Cecil Hepworth e Percy Stow em 1903. A obra, muda, feita nos primeiros anos da sétima arte tem 8 minutos e meio e mostra que, mesmo que contada às pressas, a história de Alice no País das Maravilhas em vídeo se torna tediosa. A película é legal, superior à que Walt Disney fez em animação, figurinos e cenografia são bons, mas só me resta esperar pela visão de Burton do universo de Carrol.


» Avaliação: 6.0

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Análise: Justin Bieber (2010) My World 2.0

Dia desses li um artigo na internet que nos mandava ficar atentos em Justin Bieber no ano de 2010. Não é pra menos, JB (sigla que perdeu significado de Jonas Brothers) acumulou um sucesso atrás do outro. Um choque para os especialistas na área musical já que o mini rapper tem voz muito infantilesca e surgiu sem prévio aviso. Na época de seu primeiro disco (na verdade era um EP) ele era menor que o violão e cantava de galo. Era engraçadinho, cativou a muitos e erros graves foram perdoados (o disco é muito irregular). O problema é que JB completou 16 anos no último 1° de março, já é quase um rapaz e como tal tentou reparar seus erros com o lançamento de My World 2.0. Mesmo sendo um disco imperfeito (ainda com certas considerações), seu novo trabalho lançado há muito pouco (semana passada) tem qualidade vocal e energética, primeiro erro reparado.

Começando pela capa invocada, Justin Bieber abre o disco com "Baby", música bem produzida que deveria servir de respaldo para o cantor. É um caminho seguro para sua voz que alcança contornos impressionantes em toda a execução. Participação do Ludacris.

"Runaway Love", deficiente, conta com um vocal muito agudo de Bieber, mas a música é bem interpretada e melodia de interessante tem para dar, vender e arrastar de enchada, culpa do ótimo arranjo.


O novo single é "Never Let You Go", faixa 06, de melodia fácil e grudenta.

Sou totalmente contra excessos de featurings em um CD, mas a maior surpresa de My World 2.0 está em "Eenie Meenie" com participação de Sean Kingston. Quando li na contra-capa pensei "isso não vai prestar!", mas é bom ser surpreendido. A música é boa e está no nível de um hit do Akon (com produção de David Guetta, acrescentaria). Farofa das boas.


Justin Bieber tropeça (e cai) na última faixa "That Should Be Me", horrorosa.

Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades, já dizia o tio Ben. Bieber passará nos próximos meses por uma fase complicada na vida de um cantor juvenil, a mudança de voz. Seu trabalho continua sintético até a raíz dos cabelos. Evoluiu, mas continua a dever. Torço pra que ele se torne como seu ídolo Usher, um rapper/cantor de R&B respeitado que começou a trabalhar muito cedo e enfrentou duras críticas com o apoio dos fãs.

Afinal, nós curtimos tanta porcaria da laia do MGMT por exemplo, e criticamos JB só por ser material de consumo dos adolescentes? Não me parece justo.