Se você entra em um portal de música e ele te apresenta uma banda nova, logo você vai querer saber do que se trata antes de se dar ao trabalho de ouvir. Hoje em dia muito se fala em música indie, que parece um vírus. Afetou a música, afetou a moda, e virou para alguns, até estilo de vida. Não tenho nada contra essa expressão, acho até que serve (nos dias de hoje) para classificar algo atual, de frescor ou até mesmo inventivo. No caso do Gomez, banda britânica que nasceu nos anos 90, hoje recebe esse título de forma injusta, mas que não pode fugir dessa escravidão dos rótulos. Taxada como indie rock (em 1997 esse termo ainda não existia), o Gomez faz uma mistura de ritmos, coisa que eu já repreendi em algumas resenhas, mas no caso da banda de Ian Ball o buraco é mais embaixo.
Não é facil produzir um disco eclético, e pra perpetuar tal feito o Gomez chamou o americano Brian Deck, que já produziu Iron & Wine e o lindo Not Animal do Margot and The Nuclear So and So's. Deck ajudou a banda na difícil tarefa de agradar aos fãs com um novo trabalho e ainda por cima conseguiu bolar um disco absolutamente maduro que contém de folk a eletrônico, uma façanha que jorra beleza a cada faixa.
A New Tide agradou a crítica que tanto elogia a que possivelmente é o ponto alto do disco, "Airstream Driver", mas o que chamou minha atenção foi a incrível dobradinha de "Win Park Slope" para "Bone Tired". Os riffs de "Mix" que abre o projeto, ou quando o folk come solto logo na segunda faixa "Little Pieces" contribuem para o disco mais inventivo da banda desde, segundo os fãs, In Our Gun de 2002.
Se o sucesso do disco deve-se a Brian Deck ou não, o que importa é que A New Tide é um ótimo trabalho.
Já que é pra ser rotulado, Gomez mostra como ser indie com sabedoria.
Já que é pra ser rotulado, Gomez mostra como ser indie com sabedoria.
» Avaliação: 8.0
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