Mais do que outro bom exemplo para o cinema adolescente, Nick & Norah's Infinite Playlist só não é muito maior por conta de um único personagem que ganha mais atenção do que merece, fazendo o filme cair em clichês irritantes do gênero.
Nick & Norah também é declaração de amor aberta à cidade de Nova York que explode na tela cheia de luzes de todas as cores e tamanhos e planos panorâmicos, embebidos de uma trilha sonora arrebatadora. O que dizer do tema interpretado por The Real Tuesday Weld "Last Words", ou de "Xavia" do The Submarines? Canções perfeitas, que são a base do filme que se passa todo numa única noite. Enquantos os personagens procuram desesperadamente por Where's Fluffy (nome sugestivo), banda-mistério que é o pivô de tudo, somos convidados a assistir dois jovens se apaixonarem de maneira poética. Claro que não chega perto do que Richard Linklater fez em Antes do Amanhecer, mas é um brado de alegria num universo tão estereotipado e meticulosamente fabricado que tem feito a cabeça dos nossos adolescentes.
Peter Sollett é displicente no amadurecimento da trama, mas tudo é conduzido com tamanha descontração que o filme acaba transbordando estofo. Michael Cera distraído, Kat Dennings no ponto e Ari Graynor zoada (sua personagem foi injustamente criticada) formam um trio irresistível somados a outro, os amigos gays de Nick, são a fórmula do sucesso do filme de Sollett.
Seu ponto crítico, como dito no início, é Alexis Dziena que, coitada, interpreta a ex insuportável de Nick. Não satisfeita de quase sabotar o filme com seus estereótipos falidos ela consegue mais atenção do que deveria (acho que uma coisa tem a ver com a outra).
Tenho o DVD e assisti ao filme mais do que deveria. Sou um admirador do universo indie e defensor público dos adolescentes fracos e oprimidos pelos que só sabem incinerá-los.
» Avaliações:
Filme: 7.5
Trilha Sonora: 8.5
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