O penúltimo filme de Valerio Zurlini é uma tristeza que só. Muitos são os metros de seda que cinéfilos do mundo afora rasgam para La Prima Notte di Quiete, talvez por conta de um tema que essa turma adora: existencialismo (ou a falta dele).
No início dos anos 70, em plena tantas revoluções, Zurlini monta um espetáculo recluso dotado de tamanha melancolia que não poderia resultar em outra coisa, se não um grande filme. Alain Delon vive um poeta professor de literatura casado que se apaixona pela aluna mais linda da classe (do colégio, da Itália... Sonia Petrovna é estonteante) que namora com o cara mais rico da cidade e está envolvida em uma rede de prostituição.
Infeliz no casamento, o personagem de Delon vive um vazio de dar dó, atormentado pela falta de conteúdo que o rodeia, acha na aluna sua alma gêmea, uma garota introspectiva e triste. Todo esse roteiro minimalista, dramático e trágico é levado às telas através de uma fotografia gelada, sem vida e bela de Dario de Palma. Poucos fotógrafos conseguem atingir a paleta de cores soberbas que conversam harmoniosamente entre si durante todos os 125 minutos de reprodução da película. Daniele (personagem de Delon) passa todo o filme com um único figurino, barba sem fazer e fumando feito um desesperado (e ele está). Um time alto nível de coadjuvantes fecham o pacote dessa grande obra do cinema italiano. Não chega a ser irretocável, como muitos julgam, pelos seus clichês disfarçados com bons diálogos, mas vale cada centavo ou segundo gasto.
» Avaliação: 8.0
No início dos anos 70, em plena tantas revoluções, Zurlini monta um espetáculo recluso dotado de tamanha melancolia que não poderia resultar em outra coisa, se não um grande filme. Alain Delon vive um poeta professor de literatura casado que se apaixona pela aluna mais linda da classe (do colégio, da Itália... Sonia Petrovna é estonteante) que namora com o cara mais rico da cidade e está envolvida em uma rede de prostituição.
Infeliz no casamento, o personagem de Delon vive um vazio de dar dó, atormentado pela falta de conteúdo que o rodeia, acha na aluna sua alma gêmea, uma garota introspectiva e triste. Todo esse roteiro minimalista, dramático e trágico é levado às telas através de uma fotografia gelada, sem vida e bela de Dario de Palma. Poucos fotógrafos conseguem atingir a paleta de cores soberbas que conversam harmoniosamente entre si durante todos os 125 minutos de reprodução da película. Daniele (personagem de Delon) passa todo o filme com um único figurino, barba sem fazer e fumando feito um desesperado (e ele está). Um time alto nível de coadjuvantes fecham o pacote dessa grande obra do cinema italiano. Não chega a ser irretocável, como muitos julgam, pelos seus clichês disfarçados com bons diálogos, mas vale cada centavo ou segundo gasto.
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