O ano é 1962. O diretor, o francês Roman Polański. O filme, seu debut A Faca na Água, um exercício de manipulação e disputa humanas.
Num domingo qualquer, um casal vai velejar. De carro, a caminho ao cais dão carona a um jovem andarilho. O casal formado por autênticos burgueses resolvem levar o rapaz para a viagem ao mar. Começa então um jogo de disputa absurda e inconsciente entre os homens pela moça. O burguês, autoritário, desfila um wayfarer inacreditável de lindo e encontra no rapaz a insubordinação que ele não suporta. O rapaz, pássaro da liberdade, saiu de casa pra ganhar o mundo e leva consigo uma faca. O comportamento dos machos no filme é pra quem assiste, absurdamente irracional e primitivo. Vê-se claramente que um quer se mostrar mais que outro a fim de conquistar a fêmea, mas é óbvio que cada um é bom em algo que o outro não é. Coisas da vida. Cegos pela disputa eles levarão o filme a rumos sufocantes. Toda a manipulação do barco serve de metáfora para a situação.
Com estrutura de suspense, Polański desconstrói qualquer expectativa clichê do gênero, tornando o que seria uma premissa prolixa e rasa em um filme que vai do humor negro ao drama, passando por uma cena erótica deslumbrante e um final frustrante. A Faca na Água é uma estréia de mestre (Polański havia estudado cinema antes), mas os deslumbres de marinheiro de primeira viagem também estão lá, como alguns gracejos descartáveis de enquadramentos.
Para cortar custos, o diretor fez a escolha chave do sucesso do filme: apenas três personagens. As boas escolhas passam ainda pelo ótimo aproveitamento de espaços sempre filmados a partir de uma fotografia brilhante de Jerzy Lipman. Os movimentos de câmera também são um show à parte como o que o rapaz anda sobre as águas. Genial.
A Faca na Água por fim se firma como um filme essencial e inventivo que foi lançado pela Criterion em 2003 com um curioso pedido do diretor: as funções back and foward (avançar e retroceder) seriam desativadas. Só é possível pular os capítulos. Conhecida por sua excelência, a distribuidora recebe críticas negativas até hoje pela edição falha do filme (que inclui ainda problemas na legendagem). Quanto ao pedido do diretor, vai entender.
Num domingo qualquer, um casal vai velejar. De carro, a caminho ao cais dão carona a um jovem andarilho. O casal formado por autênticos burgueses resolvem levar o rapaz para a viagem ao mar. Começa então um jogo de disputa absurda e inconsciente entre os homens pela moça. O burguês, autoritário, desfila um wayfarer inacreditável de lindo e encontra no rapaz a insubordinação que ele não suporta. O rapaz, pássaro da liberdade, saiu de casa pra ganhar o mundo e leva consigo uma faca. O comportamento dos machos no filme é pra quem assiste, absurdamente irracional e primitivo. Vê-se claramente que um quer se mostrar mais que outro a fim de conquistar a fêmea, mas é óbvio que cada um é bom em algo que o outro não é. Coisas da vida. Cegos pela disputa eles levarão o filme a rumos sufocantes. Toda a manipulação do barco serve de metáfora para a situação.
Com estrutura de suspense, Polański desconstrói qualquer expectativa clichê do gênero, tornando o que seria uma premissa prolixa e rasa em um filme que vai do humor negro ao drama, passando por uma cena erótica deslumbrante e um final frustrante. A Faca na Água é uma estréia de mestre (Polański havia estudado cinema antes), mas os deslumbres de marinheiro de primeira viagem também estão lá, como alguns gracejos descartáveis de enquadramentos.
Para cortar custos, o diretor fez a escolha chave do sucesso do filme: apenas três personagens. As boas escolhas passam ainda pelo ótimo aproveitamento de espaços sempre filmados a partir de uma fotografia brilhante de Jerzy Lipman. Os movimentos de câmera também são um show à parte como o que o rapaz anda sobre as águas. Genial.
A Faca na Água por fim se firma como um filme essencial e inventivo que foi lançado pela Criterion em 2003 com um curioso pedido do diretor: as funções back and foward (avançar e retroceder) seriam desativadas. Só é possível pular os capítulos. Conhecida por sua excelência, a distribuidora recebe críticas negativas até hoje pela edição falha do filme (que inclui ainda problemas na legendagem). Quanto ao pedido do diretor, vai entender.
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