quarta-feira, 5 de maio de 2010

Resenha: The Radio Dept. (2010) Clinging To a Scheme

Desde que o The Radio Dept. surgiu, muitos são os gêneros musicais agregados à banda sueca de Lund. Todos dentro do rock alternativo mesmo, o subgênero que mais se encaixa é o dream pop devido à musicalidade sussurrada, inventiva e densa que a banda produz. O disco de estréia, Lesse Matters lançado em 2003 é tudo o que o universo alternativo pediu a Deus, esbanjando talento e criatividade.

Sinceramente amados por seus seguidores, o The Radio Dept. trabalha suas canções sem a ajuda de produtores e grandes estúdios e talvez seja esse um dos motivos de tanta qualidade e identidade musical. Johan Duncanson disse em entrevista ao portal da BBC que quando a banda começou, as pessoas ligadas a ela estavam muito envolvidas com a arte e criando coisas diferentes e que a sonoridade/própria banda era o lado musical dos mesmos. Vindos da terra do mestre Bergman, o banda não canta sueco, mas inglês.

Despreocupados com a maldição do segundo disco e sem a pressão de gravadora a banda lançou em 2006 o segundo disco
Pet Grief, na mesma linha e nível, praticamente irretocável.

Depois de um hiato de 4 anos, a banda retorna esse ano com
Clinging To a Scheme, álbum portador da incrível "Heaven's On Fire", tão comentada na rede pelo sampler que abre a canção: "As pessoas vêem o rock'n'roll como cultura jovem. Quando a cultura jovem torna-se monopololizada o que a juventude deve fazer? Você tem alguma idéia?", alguém responde: "Acho que devemos destruir o processo copioso oco que vem destruindo a cultura da juventude.", e como pra ser boa a canção não poderia viver só disso, bateria associada a um belo trabalho de murmúrio de Johan finalizam a melhor do disco, e o novo trabalho também é mais maduro, pela Labrador Records (hora ou outra tem que ceder), sem rodeios e recheado com doces melodias, a destacar "Domestic Scene" que cumpre o honroso trabalho de primeira faixa. "David" que foi lançado em junho do ano passado aparece lá pro fim de um disco fiel à identidade construída por longos 13 anos e filtrado por uma minimalista gama eletrônica.

Os discos da banda sueca não são esquecíveis, fique sabendo (e as capas são um desfile de beleza e simplicidade precisa). Tantas ramificações de estilo e influências não poderiam passar ilesos em quem quer que seja, para o mal ou para o bem. Fique atento se ainda não conhece, a discografia da banda circula na internet em blogs e sites cult e a crítica, é só elogios.



» Avaliação: 8.5

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