segunda-feira, 29 de março de 2010

Recordar é Viver: Kings Of Leon (2003) Youth & Young Manhood


Eles trocaram a vida sacra por Rock n' Roll, prostitutas e bebida. Quando o Kings of Leon apareceu no início da década com o disco de estréia, era impossível levar os meninos a sério. Os filhos do Reverendo Leon Followill formaram com o primo Matthew uma banda que impôs respeito no cenário do rock contemporâneo graças à crítica estrangeira (e nacional também. Nós adoramos eles) que foi quase unânime em apontá-los como uma promessa, para variar comparados aos Strokes. Ora pois, o Kings of Leon parece que gravou Youth & Young Manhood numa garagem (não é à toa a banda recebeu o rótulo de garage rock) qualquer. O que não é ruim já que Caleb Followill parece ter mamado uma garrafa de vodka antes das gravações, o que dá ao disco diversão e nunca deixa de lado a qualidade das letras, que começou a traçar uma discreta sexualidade que estaria a todo vapor no disco mais recente Only by The Night.

"
Red Morning Light" abre o disco em ritmo caipira, canção sensacional. "Wasted Time" apresenta licks impertinentes de guitarra e "Trani" é a balada. Acústica, é elevada a uma potência maior no final com um vocal furioso de Caleb.

"
California Waiting" é a que mais se aproxima do que a banda fez em Only By The Night.

O refrão que fecha a canção que foi a primeira música de trabalho, é contagiante: "
Molly's Chambers", ponto alto do disco. Ela aparece numa boa hora, lá pro final do disco quando o mesmo está quase ficando repetitivo.

Divertido, mas para ouvir sozinho.


Ficadica: (500) Dias Com Ela, de Marc Webb (2009)

Sensacional do começo ao fim, (500) Days of Summer conta a história de um garoto que conhece uma garota, mas você deve saber, não é uma história de amor. Direção inspirada (ô) de Marc Webb e atuações não menos que satisfatórias de Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel. E como não posso deixar de rasgar 1 metro de seda para Deschanel toda vez que eu tenho uma oportunidade, ela está (sem esforço) esplêndida. Seu sorriso é perfeito, seu cabelo é perfeito, a pele e a voz, doce voz que regravou "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want" dos Smiths para a trilha sonora, que conta ainda com Wolfmother, Carla Bruni, Regina Spektor com a linda de viver "Us", e o próprio The Smiths.

(500) Days of Summer (2009) The Original Soundtrack

» Avaliações:
Filme: 8.5
Trilha Sonora: 7.0

domingo, 28 de março de 2010

Preorder: Close-Up, de Abbas Kiarostami (1990)

O mais reverenciado filme de Abbas Kiarostami Close-Up (no original, Nazdik Nema-ye), vai ser lançado pelo selo The Criterion Collection em 22 de junho com aúdio e imagens completamente restaurados, em edição dupla. O filme que é um documentário-ficção, conta a estória de um jovem cinéfilo louco pelo trabalho do diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf. Ele vai preso por falsidade ideolócica já que tentou se passar pelo famoso diretor. Vai ser lançado nos cinemas de New York pela Janus Films essa semana e depois percorrerá algumas cidades dos Estados Unidos em julho. A obra também sai em Blu-Ray na mesma data.

sábado, 27 de março de 2010

Resenha: Mallu Magalhães (2009) Mallu Magalhães


"Canta direito Mallu!"

Nunca gostei de Mallu Magalhães, aquela coisa de Bob Dylan, voz infantilesca, e Tchubaruba me irritava até os ossos.
Quando saiu esse novo CD em 2009, li em algum lugar que sua voz havia evoluído. Opa! Logo animei.

O namoro com Marcelo Camelo fez bem às suas composições em português, nota-se em "Versinho Número Um" que me pareceu um elo perdido de um dos discos dos Hermanos a influência do gênio. "Te Acho Tão Bonito" foi feita para ele? Bela canção. Ensolarada até a alma, temos "Shine Yellow", de letra curta que se repete over, and over, and over, é seu primeiro single e muito charmosa.

Mallu cai em armadilhas afetadas como assobios infantis (você cresceu ou não?) que percorrem toda a execução de "Make It Easy".

Confesso que desse disco eu gostei muito e apesar de todos os agravantes e erros evitáveis (sua dicção continua péssima. Precisei do auxílio de letras até nas faixas em português), seu dom lírico continua irreprochável. Composições enxutas e maduras destoam de algumas gracinhas do disco. Nada contra afetações, mas Mallu precisa se livrar dessa fama de infantil, ela já está virando uma mulher (até aprender a dar entrevistas que nem gente ela aprendeu).


Das faixas em português, a melhor seria "Compromisso", que também tem assobios (graves, do coro) mas entende-se perfeitamente a letra e isso é muito bom tratando-se de Mallu Magalhães.


É você que tem
nas tuas mãos
meu choro de mulher

Tem meu ver
O meu sonhar
E o que quiser

É você que é
o homem meu
Meu grande amor da minha vida

É tão teu
O gosto da minha
mordida

É você que tem
o colo que eu
deito e descanso

E é tão teu
Meu coração
Aflito e manso

É você que tem
Na pele a luz
Cor da coisa mais segura

Que eu já vi
Formar na mácula
escura

(É Você Que Tem - Mallu Magalhães)

» Avaliação: 7.0

Resenha: She & Him (2010) Volume Two


Quando Zooey Deschanel lançava Yes, Man! com Jim Carrey, nascia seu primeiro filho Volume One que mostrou ao mundo como ser retrô com autenticidade. Com ritmos antiquados, Zooey achou seu caminho: uma garota esquisita que atua para sobreviver (tem algum prazer) mas que tem na música sua maior paixão (ela canta desde criança).

She & Him lançou o segundo álbum essa semana, dia 23 de março. Simplesmente perfeito, todas as músicas estão irretocáveis dentro do mais maravilhoso indie pop, com influência folk. Zooey Deschanel desbanca tudo e todos nas composições e no vocal.


» Avaliação: 10.0

sexta-feira, 26 de março de 2010

Resenha: Corinne Bailey Rae (2010) The Sea


Ah, como esperei pelo novo trabalho de Corinne Jacqueline Bailey, a cantora inglesa consagrada como Corinne Bailey Rae. Ela é cantora de soul, mas seu leque de influências fica notório no seu segundo trabalho The Sea. O disco é a famosa história da ostra que produziu uma pérola de uma ferida. Sexy, e muito triste. Tamanha tristeza possivelmente respaldada na tragédia da morte de seu marido Jason em 2008.

Lançado em janeiro desse ano, The Sea chegou muito atrasado, vendo que seu debut deu-se em 2006 e mais nada foi lançado desde então, exceto uma edição de luxo com algumas canções inéditas. Ainda assim, antes tarde do que nunca.

O primeiro single "I'd do It All Again" é a coisa mais linda e a que o precede abrindo o disco "Are You Here?" pergunta com a maior tristeza do mundo "Você está aqui? Porque meu coração recorda que tudo parece o mesmo...". Impossível não se apaixonar, e na árdua tarefa de se refazer ela segue e arrisca baladinhas que não alcançam a mesma fofura de Put Your Records On ou Trouble Sleeping (sua canção mais linda, na minha opinião) do primeiro disco, mas Corinne mostra que não só de fofura vive uma fofa.

Em "Paper Dolls" ela faz o download de alguma entidade do rock e canta com voz doce e intimista uma melodia linda e animada. O disco fecha com o carro chefe que versa a profundeza de seus sentimentos e a última frase é goodbye, goodbye. Destaco também "The Blackest Lily", "mague-nífica" com uma guitarra ardida e sensual.

Mesmo com toda a dor (que está, acredite, impressa nesse trabalho) Corinne não esqueceu que a vida continua, e presenteou a seus fãs (também foi uma forma de se recompôr) com esse lançamento que fez sucesso com a crítica especializada e é parada obrigatória.


» Avaliação: 9.0

Ler, também é um exercício!

Está disponível (de graça!) na (santa!) internet para download e afins, duas grandes revistas sobre música.

A primeira, em inglês é a americana SPIN no Google Books.


A segunda, é a gratuita por natureza Noize, e tem disponível no portal oficial suas versões em pdf para download, leitura on-line, ou a assinatura da mesma por 6 ou 12 meses, com os custos de envio apenas. Uma revista de alto nível, com um visual que me deixou com o queixo no subsolo. Um desbunde.

Simplesmente imperdível.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Resenha: Toby Mac (2010) Tonight

Ficadica: exceto Hillsong United, quando alguém falar muito bem de um artista gospel internacional, pode desconfiar.

Toby Mac, é um cantor (?) norte-americano de 46 anos (!) que a galera adoooora e eu sinceramente não sei o motivo, razão ou circunstância. Wellcome To Diverse City, seu segundo disco lançado em 2006 foi tido como um poço de criatividade para o meio cristão. Balela! Com a desculpa de ser eclético, Toby Mac faz uma salada mal feita de ritmos que ele flerta desde sua integração no DC Talk.

Produzido pelo próprio Toby Mac (ele levou 2 anos e meio preparando o disco) e mais três caras, Tonight é seu 4° projeto e um disco como poucos. Tem de tudo aqui, tudo o que ele adora fazer e a galera adora escutar. Uma barulheira sem motivo, featurings sem fim (inclusive de uma criança de 10 anos) e uma única música que presta, a faixa-título "Tonight" que abre o disco.

"City On Your Knees", primeiro single, que vendeu horrores antes do disco ser lançado é balada lenta e corta o barato de um CD que é todo empolgado, passando pelo rock, o pop, o hip hop, etc... e encerra com nada mais, nada menos que reggae (de raiz mesmo) em "Break Open The Sky" (lembrei do Latino: Tudo Junto e Misturado).

"O processo de gravação significa muito para mim, tenho muita paixão quando se trata de meus registros e eu não sei se é bom ou ruim." Toby Mac.

Infelizmente, desconfiômetro é algo que não se encontra em qualquer esquina. Eu não dou conta.

» Avaliação: 1.0

Resenha: Leeland (2009) Love Is On The Move

Leeland Mooring (vocal/guitarra)
Jake Holtz (baixo)
Mike Smith (beteria)
Jack Mooring (teclados)

Nos dias 21 e 22 de maio vai rolar o Livres 2010, promovido por Juliano Son, e de cara já valeria a pena só por ter Nívea Soares no time de participações especiais. Mas uma surpresa muito melhor foi confirmada, a da banda americana (do Texas) Leeland.

Os irmãos Jack e Leeland Mooring formam com Mike Smith e Jake Holtz uma das melhores bandas de rock progressivo da América. Em 2006 (a banda estava em atividade muito antes) gravaram o primeiro disco "Sound Of Melodies", indicado ao Grammy Awards.

Em Love Is On The Move Leeland Mooring prova que é, ao lado de Tim Hughes um dos melhores compositores do meio. Com 12 faixas, o disco é 100% inspirado na Bíblia e até quando narra os fatos da Via Sacra em "Via Dolorosa", não soa cafona, piegas ou prolixo.

"Carry Me On Your Back" versa "Até os heróis caem / E as montanhas não durarão para sempre / [...] Me carregue nas Suas costas através da tempestade..." e se torna a canção mais bonita do álbum. A faixa-título tem um belíssimo arranjo de cordas e letra reflexiva.

O disco ainda traz uma participação especialíssima de Brandon Heath na segunda faixa, "Follow You".

Com muitas qualidades, o disco não traz muita novidade em composições ou arranjos, porém tudo é feito com extremo bom gosto e fluidez, aliás percebe-se claramente o domínio de Leeland em fazer música e compor.
Encanta pela motivação e frescor.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Resenha: High School Band (2009) Todd Graff


Em crítica para o portal Cineclick.com, Heitor Augusto faz uma observação curiosa e hilária sobre Bandslam: "...para induzir o público a fazer associações, a Paris Filmes trocou o nome para High School Band - afinal, tem música e Vanessa Hudgens, então é high school, né?"

É interessante perceber um certo desinteresse do público adolescente com o filme de Todd Graff e os motivos são claros: de High School, Bandslam só tem Vanessa Hudgens.

Conta com um roteiro onde muita coisa acontece, mas foca num desafio de bandas e tem um certo romance sim, que se desenvolve em segundo plano. Gaelen Conell está muito bem (não posso dizer o mesmo da namoradinha do Zac Efron) e precisa ser explorado em filmes com um conteúdo, digamos, mais educativo (se bem que esse ensina boa música). Bandslam ainda tem forte carga dramática (no fim, com a competição a todo vapor, o filme dá uma pausa pra um diálogo - arranca rabo - pesado com morte e funeral no pivô) e incríveis referências ao GRANDE meio musical (U2, The Clash, The Killers, Sex Pistols). Sendo assim, conquista aos poucos a atenção dos mais exigentes e de quebra emociona (com elementos fuleiros) e supera as piores expectativas.


» Avaliação: 7.0

terça-feira, 23 de março de 2010

Resenha: A Garota Ideal (2007) Craig Gillespie

Em 2007 o Estados Unidos produziu essa pérola estrelada por Ryan Goslin, que conta a (bela) estória de um rapaz muito tímido e socialmente disfuncional que tem tem horror ao toque humano e vive com o irmão e a cunhada. Numa tentativa (desesperada e ao mesmo tempo inconsciente) de dar cabo à solidão, Lars compra uma boneca para fins duvidosos numa loja erótica on-line. Ela chega numa imensa caixa (cartaz acima) e se torna nada mais, nada menos que a namorada do rapaz. Aconselhados por um especialista, todos entram na loucura de lars fingindo que Bianca é uma garota de verdade.

Com o passar do tempo, a boneca adquire contornos que desagrada a Lars e então ela deixa de ser sua garota ideal. Por ser muito correto, se recusa a "terminar o namoro", muito menos traí-la (vai falar isso pra ele!).
Em cena, Patricia Clarkson dá um show como a médica (e psicóloga) que supostamente está cuidando de uma enfermidade de Bianca quando na verdade está sondando o âmago de Lars.


Tudo parece um grande devaneio (não se engane) da cabeça do rapaz e taxado de louco ele segue a vida solitário e perdido, amável (tão prestativo!) e amado. O longa de Craig Gillespie é adorado pelos cinéfilos e foi um grande presente ao cenário independente em 2007. Com um humor leve e bem dosado, Lars and The Real Girl DEVE ser assistido.

» Avaliação: 8.0

domingo, 21 de março de 2010

Resenha: Rush Of Fools (2008) Wonder of The World


Firme no meu propósito de falar sobre bandas cristãs internacionais, aqui vai uma resenha sobre um dos meus xodós.

Como já disse em outras postagens, a música cristã no Brasil é carente de novidade, então cabe a nós reles mortais sedentos (alguns nem tanto) de inovação procurar além dos limites da terra do samba, do carnaval, da mulher pelada...
Em solo americano, no território do Alabama (U.S.A.), por volta de 2007 nasceu o Rush Of Fools, banda de rock (tá mais pra pop/rock) que faz o de sempre: músicas de melodias perfeitas e com refrões grudentos, contudo, não só de pão vive o homem e arroz com feijão enche a barriga. Por um motivo superior que está fora de alcance do meu entendimento eu adoro o disco "Wonder of The World", lançado em setembro de 2008.

Talvez seja porque eu seja muito implicante e esse me quebrou as pernas, talvez seja por causa da perfeição exagerada das músicas, talvez não seja nada disso. A verdade é que o segundo disco da banda está anos-luz a frente de discos elogiadíssimos como o já resenhado aqui no blog "Over and Underneath" do Tenth Avenue North. O primeiro single lançado é a faixa 5 "Lose It All" que tem um refrão contagiante (Whoa, oh, oh, oh, I wanna lose it all for You, oh, oh, oh...), e por incrível que pareça, o disco inteiro (talvez só "Tonight" que não) está pronto para tocar nas rádios. Logo após Lose It All vem "Escape", minha preferida que traz um vocal perfeito de Wes Willis. "Freedom Begins Here" é muito bem arranjada e a faixa-título tem letra bonita.

Aos mais atentos fica uma pergunta: por que Rush Of Fools (Ataque dos Tolos, numa tradução livre)? O nome da banda foi inspirado no texto de 1 Coríntios 1:26-29. Não esclareceu muita coisa? Dá uma conferida (é bom esticar até o verso 31).


Espero que gostem:

quinta-feira, 18 de março de 2010

Resenha: Férias Frustradas de Verão (2009) Greg Mottola

Falar de Adventureland é tarefa nada fácil, já que tudo o que há de mais interessante a ser comentado está no pacote de surpresas. James Brennan (Jesse Eisenberg) acabou de se formar no colegial e pretende, com o presente dos pais ($$$), viajar e conhecer a Europa para logo após ingressar numa faculdade em New York. Os problemas começam já de início quando os pais de James anunciam que não poderão ajudar com a viagem por conta de problemas financeiros. O rapaz terá que arregaçar as mangas e conseguir um emprego de verão para pagar as despesas da faculdade e conseguir a tão sonhada liberdade.

Em Adventureland, um parque de diversões, James consegue um emprego. É encaixado no setor de jogos e a contra-ponto está o setor de brinquedos (Rides Rides Rides Rides Rides). Todos os que trabalham nos games entraram em Adventureland num momento de desespero e encontram no pior emprego de suas vidas uma espécie de fonte de descobertas e aprendizado. À medida que as coisas vão piorando no decorrer da trama, os personagens vão se despedindo do emprego sempre no momento mais crítico, ou seja, entram em Adventureland porque não têm saída e saem porque tudo piorou de vez. É estranho a camiseta de James estampar a todo o tempo Games Games Games Games Games, é como se fosse outro contra-ponto do roteiro, afinal, James é virgem e não sabe nada sobre as regras do jogo do amor (se é que é um jogo).

O roteiro é minucioso, belo e Kristen Stewart em seu melhor papel. Jesse Eisenberg constrói o típico "fofo/nerd" sem parecer idiota, é romântico e tímido, não um bobão. A década de 80 (87, para ser exato) abriga com beleza a estória que conta com a resposta definitiva para as teses sobre o amor: "Acredito no amor. Acho que ele é transferível, digo, transformável." É Mottola fazendo história, filosofando e acertando em cheio.

Férias Frustadas de Verão (título que faz perder completamente a força e a graça do título original) é um filme biográfico de Greg Mottola, baseado no verão mal sucedido que o diretor passou em 1985 e é até agora o seu melhor filme que inexplicavelmente não passou pelos cinemas brasileiros.

O DVD é modesto, com 16 minutos de making off, cenas deletadas (irrelevantes, pra variar) e comentários em áudio do diretor e Jesse Eisenberg, mas a Buena Vista se redime com menu bacanudo. Falar da soundtrack é chover no molhado, então deixa pra lá.




» Avaliação: 8.5

terça-feira, 9 de março de 2010

Resenha: Tenth Avenue North (2008) Over and Underneath

À beira do lançamento do novo cd, eu me pergunto: "O que tanto vêm em Tenth Avenue North?".
A empolgação é grande (e é apenas o segundo cd) e a banda lançou hits que foram adorados mundo afora. O disco "Over and Underneath" lançado em maio de 2008 foi elogiadíssimo e os prêmios foram muitos (um deles foi o GMA Dove Award por artista do ano em 2009). Trata-se de uma banda de rock (?) da Flórida (EUA).


O dito disco Over and Underneath, marca o debut da banda no cenário cristão internacional. Talvez o sucesso se deva aquele pequeno detalhe: o costume do cachimbo deixa a boca torta. Como não há novidade no meio, o que vem é lucro. Ouvindo mais uma vez o cd constatei que o problema de eu não gostar está na repetição das músicas. As composições são boas, mas parece que o cd é uma única faixa partida em 11. "By Your Side" parece uma balada do Simple Plan e "Let It Go" é razoavelmente diferente das outras.

Pra salvar o disco do pior, a faixa "Hold My Heart" tem uma melodia fraca (igual às outras), mas o arranjo é bonito.
O novo álbum The Light Meets the Dark tem data de lançamento prevista para maio deste ano e o primeiro single "Healing Begins" já está à venda no iTunes.

» Avaliação: 3.0

Crítica: Alice no País das Maravilhas chegou chegando.



Alice In Wonderland estreiou em solo americano batendo recordes. No fim de semana de estréia, o novo filme do Tim Burton (Edward, Mãos de Tesoura) arrecadou generosos 116 milhões de dólares. O sucesso era óbvio (eu já adoro o filme sem assistir) mas os números impressionaram. A estréia em nossa terra tupiniquim está prevista para 21 de abril, mas o site Cine Players já adianta uma incrível crítica do sempre incrível Demetrius Caesar.

Clique aqui e confira.

Introducing: Jared Joseph Leto.


Ao assistir a Requiem For a Dream, filme de Darren Aronofsky que trata do uso de drogas, me veio uma reflexão que não tem nada a ver com a que o filme tenta causar. Requiem é um filme claustrofóbico, de direção inteligentíssima (a todo tempo me pareceu estar com anfetamina nas veias) e realista, mas isso não é tudo e nem é o motivo central do texto. Com Harry Goldfarb, personagem principal do filme, Jared Leto ganhou minha eterna admiração.

Sempre achei interesante a forma com que ele lida com a música e o cinema. Jared é intenso (muito intenso), e não é pra menos, tendo uma história que coleciona prisão, abandono à escola, pais separados (o pai biológico morreu num suposto incêndio) e pobreza, todas as escolhas do ator/cantor são, mesmo que de gosto duvidoso, merecedoras de respeito.

Não sou fã de 30 Seconds To Mars, mas confesso que tenho um queda por certas músicas e adoro o vocal de Jared. O novo disco "This Is War", é mais uma prova da dedicação do garoto para com tudo o que faz. Excelência, me parece, é lema de Jared. Apaixonado pela arte ele não mede esforços na hora de colocar a mão na massa. Para Requiem perdeu quase 20 quilos e para viver Mark Chapman em Chapter 27 (a música e o cinema se fundindo de novo), ganhou mais de 30. Os video-clipes da banda são os mais caprichados e incríveis possíveis (amo aquele da geleira que custou uma grana preta). Para fechar o pacote, já foi eleito um dos homens mais bonitos do mundo pela Revista People (acho ele a cara do Zac Efron).

Um artista. Esse é Jared Joseph Leto.


segunda-feira, 8 de março de 2010

A turnê de Anberlin no Brasil


Como a música cristã é deficiente de novidade! No Brasil, a coisa só piora. Em uma entrevista ao site Super Gospel, o diretor executivo da Sony Music Brasil Maurício Soares (é, agora a Sony tem um selo gospel) disse algo que me deu vontade de aplaudir:
"Acho que a música gospel no geral precisa respirar novos ares, principalmente na questão de composição. [...] Há uma repetição de temas e assuntos... isso acaba empobrecendo nosso cancioneiro gospel."

Ano passado surgiu uma luz no fim do túnel, Arthur Netto, com o cd Love, mas não é o suficiente.


Internacionalmente há grandes ícones que influenciam grande parte dos artistas do gênero, como Hillsong United, Tim Hughes e Michael W. Smith (esse não me desce), ainda assim há uma carência em novidade (no caso internacional, me refiro aos estilos sonoros). Mas nem tudo está perdido, bandas de qualidade circulam sem muito sucesso (isso comparado ao que um Hillsong da vida causa nos consumidores) como a excelente banda americana Anberlin. Formada em 2002, a banda de rock alternativo (com um pé - ou dois - no punk) já tem 4 cd's gravados e vai estar no Brasil (isso não é mais novidade, eu sei) no fim de março começando dia 24 em Curitiba (PR), passando por Porto Alegre (RS) dia 25, em Fortaleza (CE) dia 26, São Paulo (SP) dia 27 e encerra no Rio de Janeiro (RJ) dia 28.

Eu não estarei lá, mas deixo aqui a dica e um link do novo cd. Se você não conhece, vale muito a pena conferir. Vou aproveitar e deixar o link (clique aqui) da entrevista do Maurício Soares que promete muito e falou bonito, mas vamos ver se ele vai fazer acontecer.

The Criterion Collection Design

Todo site/blog que se preze e fale de arte & design, faz uma lista das criações da Criterion. Eu, fã número 1 dos designs da distribuidora, não podia ficar de fora. Abaixo, a lista das minhas 10 capas preferidas. Uma mais linda que a outra.

01 Os Olhos Sem Rosto
(1960, Georges Franju)

"Embalagem esplêndida, como um domínio soberbo da força de imagem."

02 O Império dos Sentidos
(1976, Nagisa Oshima)

"Todo o material de divulgação/publicidade que já foi feito para o filme de Oshima é risível e antiquado, mas não aqui. Clássico, escandaloso e delicado, O Império dos Sentidos saiu recentemente pela Criterion com capa estupenda. Um primor."

03 Os Contos da Lua Vaga
(1953, Kenji Mizoguchi)

"Reflete toda a atmosfera fantasmagórica e de requinte do filme. Uma obra-prima, talvez a mais bela que o cinema já viu."

04 Amor à Flor da Pele
(2000, Wong Kar Wai)

"O cinema chinês em sua total delicadeza, assim eu descreveria Amor à Flor da Pele. Maggie Cheung está perfeita na ilustração."

05 Quando Uma Mulher Sobe a Escada
(1960, Mikio Naruse)

"O uso das cores é genial."

06 O Silêncio
(1963, Ingmar Bergman)

"Última parte da trilogia do silêncio. Imagem assustadora de uma época em que Bergman passava por uma fase radical de sua filmografia. A Criterion lançou um box todo branco com os três filmes (que inclui ainda Através de Um Espelho e Luz de Inverno, respectivamente com capas memoráveis), que ilustra uma aranha em preto e branco na frente. Lindo."

07 Mishima: Uma Vida em Quatro Capítulos
(1995, Paul Schrader)

"Schrader ficou conhecido pelo horrendo A Marca da Pantera nos anos 80. Na década posterior foi ao Japão e filmou Mishima, o filme não fez sucesso e sua carreira despencou, mas a Criterion o (nos) presenteou com o lançamento recente do filme em capa energética e visualmente absurda de linda."

08 As Aventuras do Sr. Hulot no Trânsito Louco
(1971, Jacques Tati)

"Achou o título do filme (Trafic)? É o império da criatividade..."


09 Sweet Movie
(1974, Dusan Makavejev)

"Estreou no Brasil com mais de vinte anos de atraso (novidade!) e é considerado um filme ousado (e olha que nos anos 70 apareceu muita coisa de arrepiar os cabelos) que conta a história de um industrial do açúcar. A capa tenta mostrar a que o filme veio. Adorei."

10 Um Sopro no Coração
(1971, Luis Malle)

"O filme mais polêmico de Louis Malle (trata de incesto), Le Souffle au Coeur, saiu em DVD pelo selo americano com uma criança consumindo tabaco na capa. Achei tudo chic e de muito bom gosto."

Gostaria de saber o nome responsável pela maioria dos designs (parece que a distribuidora não divulga nomes! Se alguém sabe, favor comunicar). Teria o prazer de beijar-lhe as mãos.