"Nunca ouvi falar!"
"Leva, você vai gostar!"
Foi assim que começou. Um amigo me empurrou esse filme espanhol dirigido por Laura Mañá e eu meio caí de gaiato na parada. Gostei do título e demorei um século para assistir. Diz respeito a uma fábula muito louca sobre bondade. Dolores é praticamente uma santa (elas são as piores) em sua aldeia. Só faz o bem. Seu idolatrado marido Manolo a abandona por não aguentar mais esse excesso de bondade. Dolores vai se confessar religiosamente (desculpe o trocadilho) e aparentemente não tem pecados. O padre do lugar, praticamente a incita a procurar em que pecar e num gesto incontrolável de bondade aceita ajudar a um sujeito traído pela esposa. Como? Retribuindo o chifre. Daí por diante ela vai virar puta, dando pra qualquer um que apareça dizendo estar com problemas (o marido mesmo diz: "Quando não é santa é puta!").
Em uma cena hilária, um sujeito chega e diz: "Sou um desgraçado. Tenho 40 anos e sou virgem. Sou virgem pois sou egoísta. Nunca gostei da idéia de alguém gozar às minhas custas." Aí você se pergunta, o que tem de errado nisso? Ela não continua fazendo o bem? Pois isso também a incomoda e então Dolores resolve negar um pedido, não ajudando ao próximo e assim alcançando o tão sonhado ato pecaminoso.
No início eu estava achando tudo muito bonito, caminhando para obra-prima até que tudo se perde, afunda em sentimentalismo barato e furos de lógica. As coisas começam a não fazer mais sentido e mesmo o longa sendo baseado num argumento já descabido, não desce. A fábula não se decide em feminista e preconceituosa e coadjuvantes roubam a cena todo o tempo. Enfim, do meio pra lá, nada dá certo. O conflito do padre é o melhor que há, com seu sentimento de posição religiosa usurpada.
A fotografia inspirada no neo-realismo usa o preto-e-branco para traduzir a condição dos habitantes do vilarejo, o próprio meio que representando um reino de tristeza (é... hoje o preto-e-branco é usado pra isso). No momento oportuno se torna colorido e depois volta ao branco no preto. Sexo por Compaixão ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de Málaga e sinceramente não recomendo. Um filme pela metade não vale de nada.
"Leva, você vai gostar!"
Foi assim que começou. Um amigo me empurrou esse filme espanhol dirigido por Laura Mañá e eu meio caí de gaiato na parada. Gostei do título e demorei um século para assistir. Diz respeito a uma fábula muito louca sobre bondade. Dolores é praticamente uma santa (elas são as piores) em sua aldeia. Só faz o bem. Seu idolatrado marido Manolo a abandona por não aguentar mais esse excesso de bondade. Dolores vai se confessar religiosamente (desculpe o trocadilho) e aparentemente não tem pecados. O padre do lugar, praticamente a incita a procurar em que pecar e num gesto incontrolável de bondade aceita ajudar a um sujeito traído pela esposa. Como? Retribuindo o chifre. Daí por diante ela vai virar puta, dando pra qualquer um que apareça dizendo estar com problemas (o marido mesmo diz: "Quando não é santa é puta!").
Em uma cena hilária, um sujeito chega e diz: "Sou um desgraçado. Tenho 40 anos e sou virgem. Sou virgem pois sou egoísta. Nunca gostei da idéia de alguém gozar às minhas custas." Aí você se pergunta, o que tem de errado nisso? Ela não continua fazendo o bem? Pois isso também a incomoda e então Dolores resolve negar um pedido, não ajudando ao próximo e assim alcançando o tão sonhado ato pecaminoso.
No início eu estava achando tudo muito bonito, caminhando para obra-prima até que tudo se perde, afunda em sentimentalismo barato e furos de lógica. As coisas começam a não fazer mais sentido e mesmo o longa sendo baseado num argumento já descabido, não desce. A fábula não se decide em feminista e preconceituosa e coadjuvantes roubam a cena todo o tempo. Enfim, do meio pra lá, nada dá certo. O conflito do padre é o melhor que há, com seu sentimento de posição religiosa usurpada.
A fotografia inspirada no neo-realismo usa o preto-e-branco para traduzir a condição dos habitantes do vilarejo, o próprio meio que representando um reino de tristeza (é... hoje o preto-e-branco é usado pra isso). No momento oportuno se torna colorido e depois volta ao branco no preto. Sexo por Compaixão ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de Málaga e sinceramente não recomendo. Um filme pela metade não vale de nada.
» Avaliação: 4.0
Um comentário:
Ótimo filme. Realmente, muitoo bom.
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